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Crise nos Cuidados de Emergência: SUS Gasta Quase Meio Bilhão com Vítimas de Trânsito Após Fim do DPVAT

g1

O Sistema Único de Saúde (SUS) enfrenta um desafio crescente no financiamento de cuidados de emergência, com gastos significativos relacionados a vítimas de acidentes de trânsito. Um estudo inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), baseado em dados do Datasus, revela que, apenas em 2024, o SUS desembolsou cerca de R$ 449 milhões para internações decorrentes de acidentes rodoviários em todo o Brasil.

Essa quantia alarmante coloca em foco a fragilidade do sistema de saúde diante da ausência do DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre). O DPVAT, que funcionava como um seguro obrigatório para vítimas de trânsito, cobria despesas médicas, hospitalares e indenizações, aliviando a pressão sobre o SUS. Com o fim do DPVAT e a implementação de um novo sistema ainda em desenvolvimento, o SUS se vê sobrecarregado com custos que antes eram mitigados.

Impacto no Sistema de Saúde: O aumento dos gastos com vítimas de trânsito impacta diretamente a alocação de recursos em outras áreas da saúde. Hospitais e unidades de pronto atendimento, já enfrentando desafios de infraestrutura e falta de profissionais, veem seus recursos desviados para atender a emergências relacionadas a acidentes, prejudicando a assistência a pacientes com outras condições médicas.

O Legado do DPVAT e o Futuro: A extinção do DPVAT gerou incertezas sobre a cobertura de despesas para vítimas de trânsito. O governo tem prometido a criação de um novo sistema de indenização, mas a demora na implementação e a falta de clareza sobre os critérios de elegibilidade deixam muitos cidadãos desprotegidos.

Análise do Ipea: O estudo do Ipea destaca a importância de se buscar alternativas para garantir o financiamento dos cuidados de emergência e a proteção das vítimas de trânsito. A pesquisa sugere a necessidade de um debate amplo sobre o modelo de financiamento, levando em consideração a sustentabilidade do sistema de saúde e a justiça social.

O que está em jogo: A crise nos cuidados de emergência decorrente do fim do DPVAT ameaça a qualidade do atendimento à saúde em todo o país. É urgente que o governo apresente soluções eficazes para garantir a proteção das vítimas de trânsito e aliviar a pressão sobre o SUS, assegurando que todos os cidadãos tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade.

Diante deste cenário, a sociedade brasileira precisa se mobilizar e cobrar das autoridades a implementação de um sistema de indenização justo e eficiente, que proteja as vítimas de trânsito e garanta a sustentabilidade do SUS.