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O Impacto Silencioso da Guerra na Saúde: Um Alerta Urgente da Ordem dos Médicos

A Ordem dos Médicos (OM) lançou um apelo urgente esta terça-feira, destacando o impacto profundo e duradouro das guerras contemporâneas, nomeadamente nos conflitos em curso na Ucrânia e em Gaza, na saúde pública global. A organização sublinha que estes conflitos não apenas destroem vidas e infraestruturas, mas também deixam cicatrizes profundas na saúde coletiva, desafiando os limites da ética e da humanidade.

Violações Éticas e Humanitárias Crescentes

A OM expressa profunda preocupação com a crescente violação das normas internacionais de proteção à saúde durante os conflitos. A violência indiscriminada, o bombardeamento de instalações de saúde e a restrição do acesso a cuidados médicos essenciais são apenas alguns exemplos das atrocidades que estão a ser testemunhadas. Estas ações não só colocam em risco a vida de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, mas também impedem a prestação de cuidados a populações vulneráveis.

Marcas Profundas na Saúde Coletiva

As consequências para a saúde da população são vastas e complexas. Além das mortes e ferimentos diretos causados pela violência, as guerras provocam:

• Trauma Psicológico: A exposição à violência, a perda de entes queridos e o deslocamento forçado deixam marcas profundas na saúde mental das pessoas, com consequências a longo prazo, como ansiedade, depressão e stress pós-traumático.
• Doenças Infecciosas: A destruição de infraestruturas sanitárias, a falta de água potável e saneamento básico e o aumento da densidade populacional em abrigos temporários criam condições ideais para a propagação de doenças infecciosas.
• Desnutrição: A interrupção da produção e distribuição de alimentos, combinada com a escassez de recursos económicos, leva à desnutrição, especialmente em crianças e mulheres grávidas.
• Crónica de Doenças: A dificuldade de acesso a tratamentos para doenças crónicas, como diabetes e hipertensão, agrava a situação e pode levar a complicações graves.

A Necessidade de Ação Urgente

A Ordem dos Médicos apela à comunidade internacional para que intensifique os esforços para proteger a saúde das populações afetadas por conflitos. Isto inclui:

• Respeito às Normas Internacionais: É fundamental que todas as partes em conflito respeitem as normas internacionais de proteção à saúde, incluindo a Convenção de Genebra.
• Acesso a Cuidados Médicos: Deve ser garantido o acesso irrestrito a cuidados médicos essenciais para todas as pessoas afetadas, independentemente da sua nacionalidade ou filiação política.
• Apoio à Saúde Mental: É crucial fornecer apoio à saúde mental para as vítimas da guerra, incluindo aconselhamento psicológico e tratamento para trauma.
• Reconstrução de Infraestruturas: A comunidade internacional deve investir na reconstrução de infraestruturas sanitárias destruídas e no fortalecimento dos sistemas de saúde nos países afetados por conflitos.

A guerra é sempre uma tragédia, mas o seu impacto na saúde é muitas vezes subestimado. A Ordem dos Médicos espera que este alerta sirva para sensibilizar a comunidade internacional para a necessidade de proteger a saúde das populações afetadas por conflitos e de trabalhar para a construção de um mundo mais justo e pacífico.