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Numa demonstração de força e união, os ministros das finanças do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), agora expandido para 11 países, emitiram uma declaração conjunta contundente, apelando por uma reforma urgente e profunda do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. A declaração, adotada por consenso na véspera da cúpula, reflete a crescente insatisfação com a arquitetura financeira global existente e a necessidade premente de um modelo de desenvolvimento mais justo, equitativo e inclusivo, que priorize as necessidades do Sul Global.

Durante décadas, o FMI e o Banco Mundial têm sido criticados por impor políticas de austeridade e condicionalidades que, segundo muitos, prejudicam as economias em desenvolvimento e perpetuam a desigualdade. As reformas propostas pelos BRICS visam corrigir essas deficiências e criar um sistema financeiro internacional mais representativo e responsivo às necessidades dos países em desenvolvimento.

Principais Pontos da Declaração Conjunta

• Maior Representação do Sul Global: Os ministros das finanças do BRICS defendem uma reforma da governança do FMI e do Banco Mundial que aumente significativamente a representação e o poder de voto dos países em desenvolvimento. Atualmente, os países desenvolvidos detêm a maioria do poder de decisão, o que limita a capacidade do Sul Global de influenciar as políticas e decisões do FMI e do Banco Mundial.
• Foco no Desenvolvimento Sustentável: A declaração enfatiza a necessidade de priorizar o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza, em vez de simplesmente buscar o crescimento econômico a qualquer custo. Isso inclui investir em infraestrutura, educação, saúde e energias renováveis, e promover práticas agrícolas sustentáveis.
• Fortalecimento da Cooperação Sul-Sul: Os BRICS reafirmam o seu compromisso com o fortalecimento da cooperação Sul-Sul, que envolve a colaboração entre países em desenvolvimento para promover o desenvolvimento econômico e social. Isso inclui a troca de conhecimentos, tecnologias e melhores práticas, e a coordenação de políticas.
• Reforma da Dívida: Os ministros das finanças do BRICS reconhecem a crescente crise da dívida que afeta muitos países em desenvolvimento e apelam por uma reforma do sistema de dívida que alivie o fardo da dívida e permita que esses países invistam no seu desenvolvimento.

Implicações e Perspectivas Futuras

A declaração conjunta do BRICS representa um desafio significativo à ordem financeira global existente. A sua capacidade de influenciar a reforma do FMI e do Banco Mundial dependerá da sua unidade e da sua capacidade de construir apoio entre outros países em desenvolvimento. No entanto, a crescente insatisfação com o sistema financeiro internacional e a ascensão do poder econômico dos BRICS tornam cada vez mais provável que as reformas ocorram.

Este movimento do BRICS não é apenas sobre a reforma de instituições financeiras, mas também sobre a redefinição da ordem mundial. Ao defender um modelo de desenvolvimento mais justo e equitativo, os BRICS estão a abrir caminho para um futuro em que o Sul Global tenha uma voz mais forte e um papel mais importante na economia global. A cúpula do BRICS e os desenvolvimentos futuros serão cruciais para determinar o ritmo e a extensão dessas mudanças transformadoras.